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___PSICOTERAPIA FAMILIAR___

Atualizado: 14 de ago.


Terapia Relacional Sistêmica

“Minha família é a melhor que existe! É como viver num paraíso todos os dias! Todo mundo se entende, desde os meus bisavós até meus pais, tios e tias, primos e primas e agregados. Como nunca nos desentendemos, nunca iremos precisar procurar ajuda profissional!"

Ass. Meu mundo ideal


Olá, pessoal!

Começar este assunto de hoje lendo esse depoimento acima (fictício, obviamente), sobre o convívio familiar ‘perfeito’, confesso que enche meus olhos de satisfação. Mas, infelizmente, na nossa prática da vida diária, sabemos que o relacionamento familiar não é um “mar de rosas”, principalmente envolvendo toda família, a nuclear e a extensa.

E, hoje, aproveitei esse tempinho aqui para comentar sobre a importância da saúde mental e física dos envolvidos nos relacionamentos familiares, inclusive, considerando o tempo que passamos de quarentena da covid-19 e os seus possíveis efeitos negativos (e/ou positivos) no convívio familiar que ocorreram a partir do isolamento social ou manifestou-se a posteriori. E falar um pouco da intervenção clínica em psicoterapia familiar, quando necessário.


***


Todos nós temos uma família “normal”, ou seja, aquela que, às vezes dá defeito! E aqui estou considerando toda forma de composição familiar dos dias atuais, ou seja, a tradicional ou não. Há casos em que os próprios familiares (ou um membro familiar que se sente mais seguro emocionalmente), acabam resolvendo as questões-problemas que vão aparecendo no dia a dia. Mas, existem outras famílias que podem não conseguir lidar com essas situações, e aquilo que poderia ser simples, acaba virando uma ‘bola de neve’ e, cada vez mais tornando-se difícil de resolver.


Quando a desarmonia impera num lar, devido uma situação-problema, inevitavelmente, todos serão atingidos pelas consequências das atitudes tomadas (ou não) em relação a isso.

Posso citar aqui algumas situações. Por exemplo, se os pais estão brigados, os filhos sentirão os efeitos danosos. Ou se o filho (a) de um casal apresentar algum tipo de comportamento considerado inadequado, seja em casa ou advindo da escola, poderá acarretar desentendimento entre os pais, por não saberem o que fazer para lidar com a situação, e assim, consequentemente (ou não) a criança pode se perceber como o motivo da briga dos pais e acabar sofrendo também ainda mais.


Pais que não tem o hábito (ou tempo) para dialogar, tem mais dificuldade de ajudar a criança.

Outro exemplo, é quando acontece um problema com um dos cônjuges, e esta pessoa com tal problema, por alguma razão não consegue falar sobre o assunto. Já o outro cônjuge, pode não perceber seu sofrimento, ou não saber como interagir com o outro. Nesse sentido, a falta de diálogo para buscar solução, ou acolher seu parceiro (a) por motivos que os impedem, ambos sofrem e assim vai desgastando a relação, e pode até acabar virando uma rotina. E os cuidados do início da relação, mudam, pois o comportamento, os sentimentos, o humor, etc., vão se modificando. Logo, poderá afetar o relacionamento com o trabalho, convívio social, na realização de projetos, etc.


Muitas vezes também, o mal funcionamento da família nuclear (pai, mãe, filhos) pode estar sofrendo interferências advindas da família extensa (avós, tios, etc.), ou até de outras interferências externas.

Todavia, quando chega ao extremo de se tornar uma família funcionalmente doente em sua relação social e sem conseguir solucionar os problemas, por menores que sejam, pode ser necessário buscar ajuda profissional com psicoterapia familiar. E uma das abordagens (entre tantas outras que eu admiro) é a Terapia Sistêmica para ajudar a família durante um período mais complicado, que está passando por alguma mudança familiar importante. Desta forma, poderá ser evitado maiores danos emocionais, e até dores físicas.


A/o psicóloga/o na psicoterapia sistêmica acolhe a família e suas queixas e procura compreender junto com eles como é o funcionamento global do sistema familiar, onde o paciente, aquele subsistema que é visto supostamente como problema, está inserido (e não focando apenas neste último). É preciso desvelar quais as causas inconscientes que levam o paciente identificado a ter comportamentos inadequados e que afeta o convívio familiar.


Os filhos, normalmente, são reflexos dos pais/da família e da interferência de situações (boas ou ruins) que vivenciam em casa, ou fora dela. Pais, sejam um bom 'espelho'!

Numa visão mais ampliada, investiga-se os sintomas e suas demandas e o quanto tal situação-problema da família pode estar sofrendo interferência de outros grupos sociais que estão ligados direta ou indiretamente a família em questão, como por exemplo, outras famílias, a sociedade, influência do sistema religioso, político e/ou cultural, trabalho, escola, e assim por diante. Tudo é considerado na investigação clínica, assim como foi a condição de quarentena do covid-19 e o isolamento social.


O relacionamento familiar não é estagnado, pois está em constante evolução, inovação e (re) adaptação! Só depende de como queremos evoluir, inovar e (re) adaptar!

Em Terapia Sistêmica...


O passado pode interferir na vida atual dando margens para ressentimentos, gerar culpas, mágoas ou dores inexplicáveis pelo corpo...


O objetivo desta psicoterapia é clarificar aos pacientes sobre situações de conflitos existentes no meio em que vivem, assim como das suas dificuldades em enfrentá-las.

Contudo, a/o psicoterapeuta, em conjunto com os pacientes, ajuda a promover possibilidades de adquirir novos sentimentos, atitudes e comportamentos com o intuito de tornar o convívio sistêmico harmonioso e saudável. Logo, indivíduos mais empoderados, fortalecidos e com propriedade sobre suas responsabilidades individuais e em grupo.


Na Terapia Sistêmica familiar (ou casal, ou individual) é possível um aprofundamento na história familiar em até três gerações passadas, o que possibilita olhar para a bagagem (costumes, aprendizados) que a pessoa herdou e que vem passando de geração em geração, e que acaba interferindo na vida dessas pessoas de forma padrão nos relacionamentos atuais. Nesta questão está envolvido, por exemplo, comportamentos repetitivos, etc.


Decidir não seguir um padrão que vem de gerações por um dos membros, pode simbolizar "quebra" no relacionamento familiar e pode surgir um sentimento de não pertencimento, de não ser leal, e gerar culpas.

Manter o padrão de costumes da família a qualquer preço, principalmente em famílias cuja fronteira é mais rígida no relacionamento vertical, pode gerar no membro da família (àquele que sente a necessidade de quebrar alguns costumes ou manifestar seus desejos atuais, mas não o faz) a falsa sensação de ser amado, apenas para agradar os seus, mas a pessoa estará infeliz por não conseguir construir novos caminhos com apoio de todos, deixando seus desejos tamponados, reprimidos. Sentimento de impotência ou de revolta, principalmente nos mais jovens.


Uma família mais empática, altruísta, principalmente com os mais jovens, poderá oferecer apoio emocional e (re) instalar o bem-estar.

É preciso trabalhar esses sentimentos a partir da sua origem. Quando nos sentimos livres, e sem sentimentos de culpa, conseguimos dar um novo sentido a vida sem ficar preso ao passado e sem a sensação de não-pertencimento. Sua qualidade de vida torna-se adequada aos seus propósitos. Pois, é necessário ressignificar pensamentos e atitudes para possibilitar novas perspectivas, e novas futuras bagagens.


Cada psicoterapeuta, de acordo com seu tipo de abordagem, pode ser bastante ativo durante as terapias ou não, e sempre com feedback e intervenções esclarecedoras necessárias e suportivas.

Ressalto também que, a/o psicoterapeuta ainda que, com todo aporte técnico, teórico e metodológico científico, tem uma postura de reflexão crítica diante do fenômeno observado (funções mentais e suas manifestações) apresentado pelo (s) paciente (s), devido a compreensão de que não existe nada pronto e acabado, determinado ou estabelecido, mas que o conceito de tal abordagem escolhida pela/o psicóloga/o vem como importante ferramenta auxiliar na forma de compreensão do (s) fenômeno (s) apresentado (s) durante as sessões. E o feeling terapêutico (o bom relacionamento entre terapeuta e paciente) é de extrema importância, pois dele depende o vínculo e o bom resultado da psicoterapia. Cada pessoa ou família é diferente uma das outras, e a forma de interação entre paciente e terapeuta, também! O vínculo e a forma de interação é construído juntos!


Falar, se expressar... faz muito bem, e o espaço terapêutico é preparado para isso, onde serão ouvidos minuciosa e clinicamente e sem julgamentos, e intervém de forma adequada a cada caso.

Talvez, pudéssemos pensar como tem sido nosso relacionamento com as pessoas que estão a nossa volta (ou à distância pelos meios digitais) hoje. O isolamento social e a quarentena do Covid-19, por exemplo, pode ter ajudado a alterar a forma de viver e conviver em família, seja de forma positiva ou negativa, considerando ainda o relacionamento que já existia antes desse episódio.

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Então, como está sendo sua experiência nesse momento?

Se quiser, pode deixar um comentário abaixo!


Desejo que todos fiquem bem!


Abraços, pessoal!!

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