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Psicoterapia, Diabetes e a Família

Atualizado: 8 de nov. de 2022


A importância da Psicologia na vida do Diabético e da Família




Olá! Tudo bem?

No início, após o diagnóstico de Diabetes Mellitus, pelo pouco conhecimento ou nada, começa-se instalar na vida do paciente e da família o estresse, a angustia e, em alguns casos, até a depressão. A psicologia aparece nesse cenário para contribuir com o acolhimento durante o tratamento do doente crônico e de seus familiares acompanhando e ajudando na saúde mental/emocional.

Essa situação de estresse, de angústia e, inclusive, da depressão são alterações metabólicas que ocorrem devido ao processo de adaptação do Diabetes Mellitus, muitas vezes, com situações contrárias aos seus desejos ou costumes agradáveis de antes, que vem alterar o dia a dia de todos.

É preciso olhar para o contexto do paciente, ou seja, para a qualidade de vida cognitiva e/ou emocional pelo qual está passando, e das pessoas a sua volta para poder ajudar a garantir uma assistência condizente às necessidades.


"Não é olhar para a doença em si..."

Os hábitos cotidianos são modificados e no modo como se dá o relacionamento com os familiares também, inclusive, como o próprio paciente se vê. O Diabetes Mellitus é, provavelmente, uma das doenças que mais altera a realidade cotidiana do sujeito e de todos envolvidos.

Existem alguns tipos de diabetes, mas há duas que são mais comuns, a tipo 1 e 2. O diabetes tipo 1 é também conhecido como diabetes juvenil. Isso ocorre porque o organismo da criança ou adolescente deixa de produzir insulina (hormônio produzido pelas células beta do pâncreas), ou até produz, mas em pequena quantidade. Este, serve para diminuir a glicose no sangue logo após as refeições, mas devido à destruição das células beta do pâncreas, instala-se um distúrbio metabólico. Então é preciso o uso de insulina para ajudar a glicose chegar até as células. Para compreender melhor, essa destruição se dá porque o organismo começa a produzir anticorpos, porém estes identificam as células beta como corpos estranhos. Trata-se de um processo autoimune.


Por outro lado, há o diabetes tipo 2 que é a forma mais comum no mundo e representa de 90% a 95% dos casos. Inicia-se na idade adulta e está associado aos maus hábitos alimentares e qualidade de vida. É capacidade do organismo de converter o açúcar presente no sangue em energia. Há a produção da insulina pelo pâncreas, porém existe a incapacidade de absorção das células do fígado (hepatócitos), musculares (miócitos) e adiposas (adipócitos), porque não respondem mais a insulina deixando de armazenar a glicose suficiente, denominada de Resistência Insulínica.

O diabetes pode e deve ser tratada. Os médicos focam sua atenção nas alterações físico-orgânicas que é de suma importância, pois o diabetes pode levar a doenças cardíacas, cegueiras, derrames, prejudicar os nervos, risco de amputações, além de insuficiência renal. Tudo isso é importante. Mas, para além disso, quem vai olhar pela saúde mental e emocional do diabético e de seus familiares? O medo, a não aceitação da doença, as limitações devido ao processo de tratamento medicamentoso e alimentar são algumas das situações que vão "estremecer" o lado emocional e mental.


"A saúde mental e emocional vai depender do equilíbrio entre o pensar, o sentir e o agir. Por isso, a atenção deste olhar sobre os envolvidos e a doença tem de ser holística com a participação de uma equipe profissional multidisciplinar, e o psicólogo (a) contribui com seu olhar clínico no psicológico do paciente".

O paciente precisa compreender a controlar e a interpretar a glicose para uma qualidade boa de vida. Administrar a própria doença não é fácil se não tiver apoio psicológico e, da mesma forma, para a família do doente. A família, muitas vezes, se sente sem saber ao certo o que fazer e como fazer. Como lidar com o medo e a angustia do seu ente querido que se mostra sofrendo com tantas mudanças da noite para o dia. Para, além disso, a alimentação passa ser um problema a ser resolvido, seja na escola ou no trabalho.

Por essas e por tantas outras questões, a angustia se faz presente no âmbito família, principalmente. A angustia pode ser vista como um sintoma ou um quadro patológico. Ela é um sinal que deve ser observado com atenção. Mas nesse caso, a priori, pode ser consequência do acontecimento do Diabetes Mellitus. Já a depressão se instalada, é muito mais do que uma tristeza profunda. As vítimas desse mal têm alterações nos neurotransmissores cerebrais podendo prejudicar a sensação de bem-estar, alterando suas emoções e sentimentos com risco de deixar o tratamento a deriva. Por esta razão, é apropriado procurar ajuda psicológica, além de outros apoios clínicos/médicos.


A psicoterapia poderá te ajudar e ajudar sua família a 'se re-encontrar' no meio deste turbilhão de informações, mudanças na rotina, medicamentos, emoções e sentimentos abalados. Com acolhimento psicológico profissional fica mais fácil a comunicação entre todos os envolvidos e a doença podendo ser levada mais sob controle, buscando juntos mais qualidade de vida. Você não está sozinho!


Abraços!

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